Ministro justifica cortes na Educação para colocar ‘um pouco de comida no prato de brasileiros’

Diário

Ministro justifica cortes na Educação para colocar ‘um pouco de comida no prato de brasileiros’

Foto: Pedro Piegas (Diário)Ministro Milton Ribeiro participou de ato inaugural na UFSM

Em visita à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) na manhã desta quarta-feira, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, falou sobre os cortes orçamentários que afetam o funcionamento da instituição. O assunto foi comentado pelo reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann, que criticou a distribuição de verbas da Lei Orçamentária Anual.

Ministro da Educação visita UFSM para inaugurar obras e fala sobre orçamento

– Com a aprovação da Lei Orçamentária Anual 2021, retornamos a índices de investimentos do início dos anos 2000, em uma universidade com o dobro do tamanho de então. Nos custa muito aceitar que R$ 31 bilhões tenham sido deslocados dos ministérios, especialmente da Educação, da Saúde e Ciência e Tecnologia, para atender um volume histórico de negociações em emendas parlamentares – falou Burmann em seu discurso.

Ribeiro justificou os cortes pela baixa arrecadação do governo federal durante a pandemia e a priorização do auxílio emergencial:

– Neste tempo, em que o governo federal é obrigado a selecionar se ele constrói um prédio a mais na educação ou coloca um pouco de comida no prato de brasileiros que estão morrendo de fome, é muito difícil – disse o ministro, fazendo referência ao benefício emergencial.

Trabalhadores do Husm ligados à Ebserh vão entrar em greve

Em nenhum momento o ministro se dirigiu diretamente aos cerca de 20 manifestantes que acompanharam o ato do lado de fora do Centro de Convenções. Ao final do discurso, em que defendeu o governo Bolsonaro, afirmou que não há corrupção e se disse alinhado a Bolsonaro, Ribeiro fez referência aos manifestantes:

– Temos liberdade dos jovens poderem reclamar, é livre sim. Estamos em um democracia. Eles não tem obrigação de gostar de mim ou do presidente – afirmou.

Foto: Pedro Piegas (Diário)Manifestantes acompanharam a chegada de Ribeiro à UFSM

Em uma rápida coletiva de imprensa após o ato inaugural, o ministro também afirmou que o atraso do retorno às aulas de instituições de nível superior no país não está ligado à falta de recursos.

– Não está faltando recurso. Nosso país é continental e existem diferentes realidades da doença. O próprio Supremo Tribunal Federal declarou que quem tem autoridade para dizer se atividades podem voltar são prefeitos e governadores. No início do ano, apontei que a data boa seria retorno das aulas, sobretudo em cursos superiores, seria em 1º de março. Algumas voltaram mas nem todas – disse Ribeiro.

Questionado sobre os cortes orçamentários, o ministro disse que a liberação de recursos é condicionada a arrecadação de impostos.

– Tudo vai depender da arrecadação de impostos do Brasil. O governo não faz impostos, tem que administrar os impostos que você ou eu pagamos. Se aumentar a arrecadação, seguramente a educação será privilegiada. Nós vamos tentar, mesmo assim, recompor alguns itens que foram cortados do orçamento. A realidade que estamos vivendo é essa, em que o lockdown e a paralisação da economia minimizaram totalmente a arrecadação de impostos. Ninguém tem uma solução para isso – declarou.

Duas escolas de Santa Maria confirmam casos de Covid-19 e suspendem aulas presenciais

O ministro Milton Ribeiro também confirmou que obras poderão ser paralisadas.

– Para a Educação, vamos adiar alguns projetos, projetos de obras e afins. Temos que ver o que é essencial – afirmou Ribeiro.

GREVE NA EBSERH

A partir desta quinta-feira, começa uma greve nacional de funcionários da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que é ligada ao Ministério da Educação. A empresa é responsável por gerir o Hospital Universitário de Santa Maria. O ministro minimizou a situação e garantiu que não há risco do corte de direitos dos funcionários.

– Os funcionários da Ebserh estão sendo mal informados a respeito daquilo que a Ebserh quer. Nós não estamos querendo tirar nenhum direito dos funcionários. Isso vai ser provado quando nós sentarmos no tribunal e mostrarmos que queremos dividir um pouco mais os recursos para que alguns poucos que estão tendo muitos privilégios possam abrir mão para que outros possam ter privilégios. A questão que vem sido discutida é a periculosidade no trabalho. Isso não vai ser tirado durante uma pandemia de jeito nenhum. Isso eu posso assegurar a todos os funcionários – garantiu o ministro.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Duas escolas de Santa Maria confirmam casos de Covid-19 e suspendem aulas presenciais Anterior

Duas escolas de Santa Maria confirmam casos de Covid-19 e suspendem aulas presenciais

Fiocruz diz que acompanha investigação de evento adverso grave Próximo

Fiocruz diz que acompanha investigação de evento adverso grave

Geral